2/6/2013 - Honda GL 1800 Gold Wing
Aonde quer que ela chegue, causa impacto. Ainda bem que tem airbag...
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Era uma vez uma publicidade de cigarros que ficou célebre lá nos anos 70 pelo slogan: "Dinheiro não traz felicidade. Manda buscar". É a mais pura expressão de cabotinismo, sem dúvida, mas tem sua graça, como algumas piadas politicamente incorretas. E, vou confessar, diante desta moto, eu não conseguia parar um minuto de pensar em como seria bem legal ter os 92 000 reais (mais as despesas com óleo - óleo? -, frete e seguro que a fábrica reclama) para gastar assim de estalo com moto e, claro, mandar buscar uma Gold Wing para pôr lá na garagem do nosso humilde solar...
Obviamente, a GL 1800 não é indicada para ser a única moto da garagem de um motociclista incurável, por ser grande e pesada demais, mas ela é absolutamente sensacional para pegar a estrada e ir longe. Quanto mais longe, melhor. É também a moto mais segura que existe: pode não ser a maior, a mais confortável (o que talvez seja) nem a touring mais empolgante, mas não tem para ninguém em termos de segurança. Além de bons sistemas ciclísticos e de freios, tem até airbag, que se infla à frente do piloto em caso de colisão frontal e impede que ele se projete adiante, mesmo se estiver caindo.
Em termos de preço, o segmento das grandes touring é o Himalaia do mundo motociclístico. A BMW K 1600 GTL é o Everest, custa 108 500 reais, segundo a tabela Fipe. Pela mesma fonte, a Harley-Davidson Ultra Limited custa quase 73000 reais (sua versão CVO, que testamos na edição passada, custa 104933 reais) e a Kawasaki Concours 14 sai por cerca de 77000 reais. Para escalar uma Gold Wing, como já disse, é preciso desembolsar algo acima de 92 000 reais (não se esqueça do óleo...). Não é, naturalmente, uma moto de volume: a Honda espera vender neste ano apenas 80 unidades desta versão.
As principais mudanças do modelo atual são cosméticas: um face-lift, em regra, com aquela troca básica de elementos ópticos, faróis e lanternas traseiras superiores (do bauleto) e redesenho do conjunto de luzes inferior traseiro, dos alforjes laterais e das aletas de refrigeração na carenagem lateral. Agora a GL só é vendida em preto e em branco, sempre com a tomada de ar lateral da cor prata-claro. Ficou mais bonita, sim, e mais moderna.
Outras mudanças dizem respeito à velocidade com que os avanços eletrônicos abrem brechas na atualidade dos modelos mais cheios de gadgets.
A Gold Wing ganhou a possibilidade de reproduzir tocadores de MP3 e celulares, além de acoplar dispositivos USB, como os pendrives. O som é fenomenal. Se você acha que simplesmente andar com ela já chama demasiada atenção, não faz ideia do que é atravessar uma bucólica cidade do interior com os alto-falantes a pleno. São 80 watts por canal, algo ensurdecedor. (Só pedimos encarecidamente que, por favor, não faça isso - é de extremo mau gosto...)
Normal é a tentação de, em um teste como este, ficar descrevendo todos os detalhes de conforto e a luxuriante profusão de acessórios da moto. Afinal, ela é pródiga em detalhes e tem tudo. A começar pelo piloto automático (cruise-control), que mantém a velocidade constante. Bacana, mas praticamente inútil no Brasil, pelas características do tráfego nas estradas - todo mundo fecha, todo mundo "costura". Também possui marcha a ré elétrica (motor de arranque invertido), suspensão multiajustável eletronicamente por botão no punho e com duas posições pré-programáveis de memória, completo computador de bordo e uma quantidade infindável de botões, um pouquinho exagerada e até desnecessária.
Entretanto, o mais importante é que em movimento a moto é impecável. Na estrada, fique bem entendido, porque na cidade não dá, especialmente se houver trânsito. Transpira segurança. Ela só é perigosa parada, ainda mais se o piso for um pouco inclinado e se, para cúmulo do azar, houver areia ou óleo sob a sola das botas. Afinal, são 387 kg a seco, quase meia tonelada com carga total. Conselho de amigo: não use, jamais, calçado com sola de couro.
Sob o aspecto ciclístico, a moto tem um chassi de dupla viga de alumínio forjado, com o motor fazendo parte da estrutura. O conjunto é surpreendentemente rígido, sem torções nem mesmo quando levado seriamente ao limite.
As suspensões também são eletronicamente assistidas, não só pelas regulagens na traseira mas pelo sistema antimergulho na dianteira, sensacional e que muda bastante o comportamento de uma mastodôntica criatura como esta em frenagens fortes. A estabilidade é bem boa. Deitá-la na curva é muito mais fácil do que parece: ela se joga vorazmente, sem medo de procurar a inclinação. Aí a pedaleira raspa - não tem muito jeito de evitar.
Ainda nas suspensões, dá para notar que a Gold Wing sofre um pouco nas péssimas condições de piso e nas lombadas, obstáculos, costelas de vaca e buracos que fazem parte constante de nosso dia a dia. Nos Estados Unidos, mercado para o qual esta máquina foi planejada, não tem disso não. Ok, claro que tem, mas a quantidade não tem nem termos de comparação.
Os freios são também a última palavra, equipados com sistema Dual CBS e ABS. Isso significa que a distribuição da frenagem frente/traseira é controlada pela central eletrônica usando os mesmos sensores do ABS. Não é apenas hidráulico, como o C-ABS das Honda nacionais, e é um sistema muito mais complexo e eficiente do que aquele que equipa, por exemplo, a Hornet, a CB 1000R ou a XRE 300. São potentes o suficiente e seguram bem a onda, mesmo depois de superaquecidos em uma descida de serra.
O motor boxer é uma beleza. Realmente é uma bela peça de engenharia e apuro mecânico, precisão e equilíbrio. Tem dois radiadores laterais de refrigeração líquida, um sobre cada bancada de três cilindros. Produz 118 cv a 5 500 rpm e 17 mkgf de torque máximo a 4 000 rpm. O nível de vibrações é bem baixo. Elas são finas, quase imperceptíveis, mesmo após horas ao guidão. A "patada" do seis-cilindros de 1,8 litro, acredite, não é tão súbita nem impressionante, apesar dos números de torque e potência, mas ele cresce vorazmente rápido, cheio, macio e vigoroso - vou te contar, é uma delícia.
O eixo cardã no monobraço traseiro é quieto, robusto, requer pouca manutenção. Também já é uma marca registrada do modelo, que traz esse sistema de transmissão secundária desde os anos 70, quando ainda tinha quatro cilindros e nenhuma carenagem. O câmbio de seis marchas poderia ter 12... Eu estou brincando: como está é bem escalonado e muito preciso.
A Gold Wing é uma máquina mais que aprovada em todo o mundo, um dos grandes patamares mundiais de qualidade e sofisticação tecnológica. Superconfortável, permite viajar a 200 km/h sem medo, ouvindo um sonzinho, sentado no melhor - e mais seguro - banco de moto que você pode encontrar. Está bom ou quer mais?
1/06/2013 - Kawasaki Ninja 300 x Honda CBR 250R
Com a nova Ninja 300, a Kawasaki dá um salto sobre a Honda CBR 250R
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A nova Ninja 300 mal chegou à Europa e já aterrissou no Brasil. Apresentada em setembro, ela está disponível na rede Kawasaki como produto nacional. Montada em Manaus (AM), tem preços de 17 990 reais para as cores sólidas (verde, branca ou preta) e 19 990 reais na versão especial (verde com faixas pretas e ABS). E soa como resposta à Honda CBR 250R, que chegou para tentar frear o avanço da versão anterior, Ninja 250.
A moto da Honda - apesar de menos esportiva - mostrou-se melhor na cidade, principalmente pela resposta mais imediata em baixos regimes.
Para reforçar a tropa Ninja, a Kawasaki aumentou a capacidade volumétrica do motor, buscou mais equilíbrio na distribuição de peso e deu a ela um visual invejável. Além do motor, a fábrica atualizou faróis, rodas, escapamento, banco, carenagens e tanque.
A Ninja 300, além de mais bonita, traz tecnologia inovadora para a cilindrada. Com os 46 cm³ a mais, graças ao aumento do curso dos pistões, ela traz sistema de embreagem deslizante e ABS nos freios. Se a versão anterior da Ninja caçula já superava as rivais, agora, com 6 cv e 0,66 mkgf de torque extras, a concorrência é fichinha.
30/05/2013 - Gas Gas EC 250F CAMI
Ela encara qualquer caminho em alto e bom som
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O sonho de ter em sua garagem uma enduro profissional prontinha para competir está mais próximo. Em dezembro chegou às revendas autorizadas de todo o país a espanhola Gas Gas EC 250F Cami. Cami quer dizer "caminho" em catalão - idioma da Catalunha, região autônoma do nordeste espanhol - e tem tudo a ver com a proposta da nova motocicleta.
O modelo inaugura por aqui um novo nicho de mercado, o de marcas premium, de pequena produção (semi-artesanal) e com características de motos vencedoras, a preço mais acessível. E ela provou em nossa avaliação ser valente para enfrentar qualquer tipo de caminho, seja trilha pesada ou até mesmo uma pista de motocross.
A iniciativa do projeto partiu do Grupo Coleghini, de Minas Gerais, o importador oficial da marca no Brasil, que acalenta planos de montar uma fábrica no país para atender a todo o Mercosul. Pilotos e engenheiros brasileiros, em cooperação com a Gas Gas, direcionaram o foco ao projeto de uma moto para iniciantes na prática off-road mas que também seja eficiente para levar um profissional à vitória.
Com elementos plásticos intercambiáveis com todos os outros modelos de enduro da marca, motor de quatro tempos 250 cc, OHC, refrigerado a água, alimentado por carburador, a Cami é uma belezinha. Parece uma moto bem mais potente. Rodas negras, balança de alumínio, sistema de escapamento de aço inox, suspensão Sachs com reservatório de gás separado, disco na frente e na traseira e equipada com partida elétrica ou a pedal: praticamente não precisa de mais nada.
29/05/2013 - Mormaii tem nova opção de moto off-road para trilhas
Modelo VT 250 custa R$ 17.850 e é montada no Brasil.
Motor é produzido pela chinesa Zongshen e rende 26 cavalos.
A Mormaii, empresa brasileira especializada em artigos para surf, óculos e vestuário, começa também a investir em motocicletas. Destinada a percorrer trilhas e ao lazer off-road, a Enduro VT 250 é montada no Brasil e utiliza componentes chineses, italianos e japoneses. Seu motor é um monocilíndrico de 249,6 cilindradas produzido pela Zongshen na China - empresa sócia da Kasinski no Brasil.
De acordo com a Mormaii, o motor possui carburador e sua refrigeração é líquida, gerando 26 cavalos de potência máxima a 7.500 rpm. Com câmbio de 5 marchas, seu peso é de 115 kg e o tanque comporta até 6,7 litros de gasolina. O modelo não pode ser emplacado e possui faróis na dianteira - seu preço é de R$ 17.850.
Caso o pagamento seja feito à vista, o valor cai para R$ 16.495, informa a marca. Seus freios são a disco, na dianteira e na traseira, e a suspensão dianteira conta com bengala do tipo invertida - sistema que absorve melhor os impactos.
Reboque Mormaii (Foto: Divulgação)
As cores disponíveis são branco/preto e laranja/preto. As vendas são feitas pela internet, no site da empresa, ou em suas lojas físicas.
Kit para motociclistas
Além do modelo de duas rodas, a Mormaii também começa a vender um reboque para levar a moto. De acordo com a empresa, o item custa a partir de R$ 4 mil e serve para levar motos o acoplando a veículos.
Mormaii VT 250 (Foto: Divulgação)
28/05/2013 - BMW revela conceito para celebrar 90 anos da divisão de motos
A Ninety foi baseada na clássica R 90 S, que completa 40 anos.
Modelo tem visual esportivo retrô e utiliza tradicional motor boxer da marca.
BMW Concept Ninety (Foto: Divulgação)
A BMW revelou nesta sexta-feira (24) o protótipo Concept Ninety, que será exposto neste final de semana no "Concorso d’Eleganza Villa d’Este", na Itália, tradicional reunião de modelos clássicos. Esta motocicleta é uma homenagem aos 90 anos da BMW Motorrad, divisão de motos da fabricante, e aos 40 anos da lendária R 90 S. O modelo foi desenvolvido em parceria com a oficina de customização Roland Sands.
Apesar de não divulgar detalhes técnicos do modelo, a moto está equipada com o tradicional motor boxer utilizado pela marca na aventureira R 1200 GS. Mesmo não confirmando a produção do modelo, a BMW havia anunciado em 2012, durante o Salão de Milão, a pretensão de lançar uma moto no estilo Café Racer, mesma tendência que segue a Ninety.
Além do grande motor boxer, se destaca em seu visual a bolha dianteira esportiva que remete à R 90 S, primeira moto a contar com carenagens, informa a fabricante. Lançada em 1973, a R 90 S ultrapassava os 200 km/h. Para completar a homenagem, a Ninety traz o logotipo "R 90 S" em seu conjunto.
BMW Concept Ninety (Foto: Divulgação)
BMW R 90 S, de 1973, que inspirou a Ninety (Foto: Divulgação)
27/05/2013 - Yamaha faz R1 réplica da moto de Rossi no Mundial de MotoGP
Esportiva é edição especial para a prova de Le Mans e custa 17.999 euros.
Marca também criou versões de Jorge Lorenzo e outros pilotos.
Yamaha YZF-R1 Rossi Réplica (Foto: Divulgação)
A Yamaha criou, na França, uma série limitada da esportiva YZF-R1 com visual baseado nas motos utilizadas por seus pilotos no Mundial de MotoGP. Além da maior estrela Valentino Rossi, o atual campeão do torneio, Jorge Lorenzo, também possui réplica - ambos são da equipe principal da empresa no campeonato. Restritas a uma unidade cada, os modelos já foram vendidos por 17.999 euros.
Além da moto, os compradores terão direito a acompanhar a prova do mundial neste final de semana em Le Mans, onde irão receber as motos dos próprios pilotos. Além das versões de Rossi e Lorenzo, estão disponíveis réplicas de Cal Crutchlow e Bradley Smith, pilotos da equipe satélite Yamaha Tech3. As alterações são visuais, com as mesmas cores utilizadas nos protótipos M1.
Réplicas da Yamaha para o GP de Le Mans (Foto: Divulgação)
22/05/2013 - Honda lança nova moto 'aventureira', a Cross Cub
Novidade chega às lojas japonesas em junho por cerca de US$ 2,7 mil.
Modelo, que tem a base da Super Cub, pode rodar na terra.
Honda Cross Cub mostrada nesta quarta-feira (22), em Tóquio (Foto: AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI)
A Honda revelou nesta quarta-feira (22) todos os detalhes da nova Cross Cub, modelo que já havia. De acordo com a empresa, as vendas da moto começam em 14 de junho, no Japão. O modelo utiliza como base a tradicional Super Cub 110, modelo que inspirou também a antiga Dream e atual Biz no Brasil. Com preço de US$ 2,7 mil (cerca de R$ 5,5 mil), o objetivo da fabricante é vender 3.000 unidades em um ano.
Seu motor é um monocilíndrico de 109 cilindradas, com injeção eletrônica, capaz de gerar 5,9 cavalos de potência máxima e 0,87 kgfm. Seu câmbio é de quatro marchas, tradicional dos modelos da categoria CUB. Para tornar o modelo um "crossover", como a Honda diz, as carenagens foram reduzidas, deixando a Cross Cub mais robusta.
Na dianteira, o farol é novo - deixando a posição do guidão, na Super Cub, - e ganhou protetores. Os piscas também acompanharam a mudança, ficando grudados no farol redondo. Com bagageiro na trasera, o modelo possui capacidade utilitária. Para melhorar as aptidões na terra, as suspensões são 20 mm mais altas que da Super, com 155 mm - na dianteira e traseira.